A paciente em questão, Leonor Macedo, que é gerente de marketing, expressou sua indignação com a negativa, enfatizando que a recusa em permitir a prevenção da gravidez parece retroceder em relação aos avanços conquistados pelo direito reprodutivo no Brasil.
A rede de hospitais São Camilo confirma que não oferece procedimentos contraceptivos, exceto em casos de risco à saúde, e orienta os pacientes a buscar outros hospitais cobertos por seus planos de saúde. No entanto, a advogada e professora de direito Marina Coelho Araújo argumenta que a recusa vai contra a legislação brasileira, ressaltando que uma instituição não pode impor crenças religiosas em espaços que atendem a população.
Este episódio ocorre em um momento em que movimentos de defesa dos direitos das mulheres denunciaram o fim do serviço de aborto legal em um hospital municipal de São Paulo. A prefeitura alega que o serviço ainda está disponível em outras instituições de saúde.
A obstetriz Flávia Estevan destaca a importância de elevar a discussão para um novo patamar em relação aos direitos sexuais e reprodutivos no Brasil, enfatizando que é essencial que as instituições de saúde respeitem as decisões das pacientes em relação à sua saúde reprodutiva. Ela argumenta que é fundamental que os procedimentos previstos em lei sejam garantidos nos hospitais, evitando a perda de serviços essenciais para a população.
Esses casos evidenciam a necessidade de um debate mais amplo sobre os direitos reprodutivos e sexuais no Brasil, destacando a importância de respeitar a autonomia das mulheres em relação às suas escolhas reprodutivas.