A aldeia na qual Katia lidera abriga 85 indígenas de 23 famílias da etnia Gavião da Montanha. Eles se dedicam principalmente à coleta, produção e venda de castanhas, pescado, mel e frutas. Além do prêmio, a cacique vai participar de instâncias consultivas do IICA, que é especializado em desenvolvimento agropecuário e rural.
O diretor-geral do IICA, Manuel Otero, destacou a importância do reconhecimento, ressaltando o papel vital desempenhado por aqueles que garantem a segurança alimentar e nutricional, ao mesmo tempo em que protegem a biodiversidade do planeta. O reconhecimento também tem o objetivo de promover exemplos positivos para as zonas rurais, segundo Otero.
Além de valorizar o trabalho da liderança indígena, o programa Líderes da Ruralidade do IICA busca facilitar o estabelecimento de parcerias com entidades governamentais, da sociedade civil e do setor privado para apoiar as causas defendidas.
Katia Silene Tonkyre é a primeira mulher a ocupar o cargo de cacique na aldeia Akratikatejé, localizada no estado do Pará, na região norte do Brasil. Ela é filha de Payaré, um cacique falecido que implantou na aldeia o conceito de empreendedorismo e de produção consciente em harmonia com a natureza.
A liderança indígena tem se dedicado a expandir e a aperfeiçoar o legado deixado por seu pai, estabelecendo parcerias e implementando ações que contribuem para o desenvolvimento sustentável da comunidade. Além disso, Katia defende a importância de conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental.
Ela valoriza os produtos da região, como a castanha, açaí, cacau e peixes, e destaca a importância de agregar valor à produção sem agredir a natureza. Katia enfatiza que a floresta e a natureza são partes fundamentais da identidade indígena, e que é possível alcançar o desenvolvimento sustentável sem destruir o meio ambiente.
O reconhecimento do trabalho de Katia Silene Tonkyre é um estímulo para a continuidade e para a expansão das práticas sustentáveis na região amazônica. A premiação ressalta a importância do protagonismo das comunidades indígenas na preservação do meio ambiente e na busca por um desenvolvimento consciente e equilibrado.