BRASIL – “Educação indígena: no território Yanomami, ye’kwana buscam manter a ancestralidade viva para as futuras gerações”

A fronteira do Brasil com a Venezuela abriga a Terra Indígena (TI) Yanomami, que se estende por cerca de 9,6 milhões de hectares e tem um perímetro de 3.370 quilômetros. Além dos yanomamis, a região também abriga os ye’kwana.

Essas etnias vivem há muitos anos em uma área que inclui os rios Medeewaadi (Cuara), Fadaawa (Paragua), Dinhaku (Orinoco) e Fadiime (Uraricoera), sendo cerca de 5 mil indígenas na Venezuela e 760 do lado brasileiro, distribuídos em três aldeias principais. No entanto, a região tem enfrentado desafios, como o garimpo que tem afetado especialmente a comunidade Wachannha e o Rio Uraricoera.

Os ye’kwana reconheceram a importância da educação para a manutenção de seu território e cultura. Reinaldo Wadeyuna Rocha, um indígena ye’kwana, destacou a importância da alfabetização e da educação indígena, que ele mesmo teve acesso desde cedo. Atualmente, 80% dos indígenas ye’kwana estão alfabetizados, o que demonstra o impacto positivo desse investimento na comunidade.

A Universidade Federal de Roraima oferece cursos de licenciatura cultural indígena, gestão territorial indígena e saúde coletiva indígena, buscando promover a formação de professores e profissionais que possam contribuir para o desenvolvimento das comunidades indígenas.

Reinaldo, após se formar na universidade, continuou seus estudos e concluiu o mestrado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele atualmente desenvolve um projeto para expandir a educação indígena para outros povos, baseado na experiência ye’kwana, em parceria com o sociólogo e professor da Universidade Federal de Roraima, Daniel Bampi.

O projeto inclui a ampliação da educação indígena para os sanöma, um subgrupo da etnia Yanomami, e visa fortalecer o ensino básico e fundamental, bem como a formação em nível médio e técnico na gestão do território. Além disso, busca preservar os conhecimentos tradicionais e a cultura dos povos indígenas, garantindo que sejam transmitidos para as futuras gerações.

Essa iniciativa não apenas promove a educação indígena, mas também reforça a importância da preservação da cultura e do conhecimento tradicional das comunidades indígenas, servindo de exemplo e inspiração para outros povos.

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