O Ministério das Relações Exteriores (MRE) demonstrou preocupação com a redução nas contribuições financeiras à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), diante das recentes denúncias de envolvimento de funcionários da ONU no conflito que começou em outubro do ano passado, na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza.
Com a suspensão das contribuições à agência internacional por algumas nações, o Itamaraty vê risco de agravamento da crise humanitária no território palestino. Desde outubro de 2023, Gaza tem sido alvo de operações militares israelenses e sofre com a destruição da infraestrutura civil, forçando a população a se transferir e enfrentando graves problemas de saúde, fornecimento de água, energia e distribuição de alimentos.
O Brasil acompanha com atenção a investigação interna da ONU sobre o suposto envolvimento de funcionários da agência que presta assistência aos palestinos. O MRE demonstra confiança de que as investigações em curso, conduzidas pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (OIOS), chegarão a um desfecho positivo.
Além disso, o governo brasileiro reafirmou o pedido de interrupção das hostilidades na região e também de imediata libertação dos reféns em poder do Hamas, organização que controla a Faixa de Gaza. O Brasil permanece comprometido com a defesa de um Estado palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
No último sábado (27), a própria Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo informou que nove países tinham suspendido temporariamente seus financiamentos à UNRWA. A suspensão do financiamento ameaça o trabalho humanitário em curso em toda a região e, em especial, na Faixa de Gaza, podendo até ocorrer o encerramento das atividades da agência.
Nesta quinta-feira (1º), o comissário-geral da agência da ONU, Philippe Lazzarini, publicou em sua conta no Twitter que a suspensão do financiamento pelos países doadores já chega a US$ 440 milhões e que as atividades da entidade na região podem ser encerradas.
Diversas figuras relevantes, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também se manifestaram a respeito da situação, apelando aos doadores para que não suspendessem os financiamentos para a UNRWA, neste momento crítico. A suspensão do financiamento prejudicará o povo de Gaza, que precisa desesperadamente de apoio, afirmou Adhanom.
A preocupação do Itamaraty com a crise humanitária na região é um reflexo do compromisso do Brasil com a paz e a segurança na região e com a defesa dos direitos humanos e do direito internacional.
