Feres tem realizado palestras em colégios de ensino médio no Rio de Janeiro e em outras cidades do país, onde notou o quanto os alunos, potenciais beneficiários das ações afirmativas, estão mal informados sobre o assunto. Segundo ele, os estudantes de colégios públicos desconhecem como funcionam as políticas, como se inscrever, e quem são os beneficiários. Para Feres, esse desconhecimento limita as oportunidades de mobilidade social e acesso a uma educação de qualidade.
O coordenador do Gemaa ressaltou que o grupo está buscando parcerias com organizações interessadas em disseminar a cartilha, visando atingir um maior número de estudantes. Ele enfatizou que quanto mais a cartilha for divulgada, mais alunos poderão ser beneficiados pela obra.
O guia produzido pelo Gemaa orienta os estudantes sobre as políticas de ação afirmativa disponíveis e como podem se beneficiar dos programas governamentais, incluindo informações sobre cotas, o Programa Universidade Para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Bolsa Permanência, e a importância do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério para acesso a diversas oportunidades. Além disso, a cartilha esclarece o funcionamento do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que reúne as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil.
João Feres, coordenador do grupo, ressaltou que a cartilha aborda também os avanços significativos em relação à inclusão de pessoas trans e com deficiência no ensino superior ao longo do tempo. Vale lembrar que o Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa é um núcleo de pesquisa baseado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com 20 anos de atuação na pesquisa sobre ações afirmativas. Recentemente, o grupo ampliou suas áreas de pesquisa, incluindo estudos sobre a representação de raça e gênero na educação, mídia, política e diversas esferas da vida social.
