Os dados mostram que, em 2010, o percentual de brasileiros com acesso a sistema de esgoto adequado era de 64,5%, indicando uma melhora constante ao longo dos anos. No Censo 2022, os 75,7% estão divididos entre aqueles que têm acesso à rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede (62,5%) e os que contam com fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (13,2%).
De acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico, ambas as modalidades são consideradas adequadas, levando em consideração a realidade da população em áreas urbanas e rurais. O pesquisador do IBGE, Bruno Perez, ressaltou que a presença de infraestrutura de esgotamento sanitário é mais significativa nos municípios com maior população, refletindo a desigualdade existente entre regiões.
Apesar do crescimento observado em todas as regiões do Brasil entre 2010 e 2022, as disparidades ainda são evidentes. O Sudeste lidera com 90,7% de acesso a esgoto adequado, seguido pelo Sul (83,9%), Nordeste (58,1%), Norte (46,4%) e Centro-Oeste (73,4%). Ainda há uma parcela significativa da população que não possui acesso a sistemas adequados, com 24,3% ainda utilizando fossa rudimentar, vala ou despejo em rios, lagos e córregos.
O Censo 2022 também abordou o acesso da população a banheiros, revelando que 97,8% dos brasileiros possuem banheiro de uso exclusivo, um avanço em relação aos 92,3% registrados em 2010. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentam os maiores percentuais de acesso a banheiros exclusivos, enquanto Norte e Nordeste ainda enfrentam desafios nesse aspecto.
A pesquisa também apontou um aumento no número de residências com dois ou mais banheiros, passando de 28,5% em 2010 para 33,7% em 2022. Os dados do Censo 2022 refletem avanços significativos na infraestrutura de saneamento básico no Brasil, mas também evidenciam a necessidade de políticas públicas que reduzam as desigualdades regionais e garantam o acesso universal a esses serviços essenciais.
