O trágico incidente completou cinco anos em 2023, relembrando a devastação causada pelo rompimento da barragem que resultou na morte de 270 pessoas e causou danos ambientais irreparáveis na região. A dor das famílias das vítimas se intensifica ao considerar que, de acordo com os relatos, duas mulheres grávidas também foram vítimas fatais da tragédia.
O processo criminal em curso conta com 16 réus, sendo 11 ligados à Vale e 5 vinculados à empresa alemã Tüv Süd, responsável pela assinatura do laudo de estabilidade da barragem. Entre os réus está o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, cuja defesa busca encerrar o processo por meio de um pedido de habeas corpus, alegando falta de justa causa para a denúncia.
A situação ganhou mais controvérsia no último mês de dezembro, quando o desembargador Boson Gambogi emitiu um voto favorável à concessão do habeas corpus, gerando preocupação entre os familiares das vítimas. O julgamento foi interrompido por um pedido de vistas e será retomado em uma sessão virtual a partir do dia 6 de março.
Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum), expressou a importância do protesto como uma busca por justiça. A entidade defende que o trancamento de uma ação penal por meio de um habeas corpus só deve ocorrer em casos excepcionais, considerando a fragilidade das acusações e a necessidade de provas durante o julgamento.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, Schvartsman tinha conhecimento dos riscos envolvendo a barragem de Brumadinho, o que levanta questionamentos sobre sua responsabilidade no desastre. Até o momento, a defesa do ex-presidente não se manifestou sobre as acusações, aguardando a decisão final do tribunal.
Neste contexto de luto e busca por justiça, as famílias das vítimas e a Avabrum seguem mobilizadas em busca de um desfecho que traga respostas e responsabilização para os envolvidos no trágico incidente que marcou a cidade de Brumadinho e todo o país.