Durante entrevista à Agência Brasil, a antropóloga Amanda Amparo, que é pesquisadora do território da Cracolândia, afirmou que os senegaleses na região eram constantemente perseguidos pela polícia, com invasões aleatórias nos apartamentos. Segundo relatos dos senegaleses, os policiais entraram no prédio na Rua Guaianazes, abrindo várias portas até chegarem ao apartamento de Talla. Quando percebeu a atitude dos policiais, Talla correu para a janela, resultando em sua queda.
O protesto também cobrou que a morte de Talla não seja investigada isoladamente, pois está relacionada ao modelo de opressão que a comunidade imigrante vem enfrentando. O advogado Alisson Santos, especialista em direitos humanos, destacou que a criminalização dos imigrantes viola direitos fundamentais e contribui para a marginalização social desses grupos, perpetuando a exclusão e estigmatização.
Para Santos, é essencial confrontar o racismo estrutural e institucional que afeta os imigrantes africanos, garantindo acesso à justiça e implementando políticas antidiscriminatórias. Ele ressaltou a importância de proporcionar aos imigrantes acesso à assistência jurídica e mecanismos de proteção de direitos, visando uma sociedade mais justa e inclusiva para todos, independentemente de sua origem ou nacionalidade.
O caso de Talla Mbaye é apenas um exemplo da violência institucional enfrentada pelos imigrantes na região central de São Paulo, gerando preocupações em relação aos direitos e tratamento dessas comunidades. A luta por justiça e igualdade para os imigrantes é uma pauta urgente que precisa ser endereçada pela sociedade e pelas autoridades competentes.