A iniciativa de reativar a comissão se deu no início de 2023, quando o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania tomou providências administrativas e jurídicas para restabelecer suas atividades. Um parecer favorável à reinstalação já havia sido elaborado pela Consultoria Jurídica do MJSP sob a gestão do ex-ministro Flávio Dino. No entanto, a Casa Civil solicitou a retomada do processo alegando a mudança de liderança no ministério.
O ministro interino da pasta, Manoel Carlos de Almeida Neto, assinou o ofício que argumenta a necessidade de ratificação da reinstalação, uma vez que não foram encontradas novidades nos documentos analisados anteriormente. O titular, Ricardo Lewandowski, encontra-se fora do país.
Em julho do ano passado, diversas entidades de direitos humanos, agrupadas na Coalizão Brasil por Memória Verdade Justiça Reparação e Democracia, pressionaram o governo federal por medidas efetivas de políticas públicas relacionadas à memória, verdade, justiça e reparação, incluindo a reinstalação da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal também recomendou, em março, que a comissão fosse reinstalada em até 60 dias, ressaltando a importância de seus trabalhos para o reconhecimento de vítimas, busca de restos mortais e registros de óbito relacionados à ditadura militar. Atualmente, ainda há 144 pessoas desaparecidas desse período, destacando a necessidade de recursos financeiros e humanos para a continuidade das atividades da comissão.