De acordo com relatos, o tiro fatal foi disparado de dentro de uma viatura da Polícia Militar durante uma abordagem a dois homens em uma motocicleta. Segundo a ADPESP, casos de mortes por intervenção policial devem ser investigados pela Polícia Civil, e a ocorrência deveria ter sido registrada em uma delegacia, não em um quartel da Polícia Militar, como aconteceu. O presidente da associação, o delegado André Santos Pereira, afirmou que o pedido feito à Justiça Militar é para apurar a conduta dos oficiais responsáveis pela condução da ocorrência para o quartel.
A prisão em flagrante do policial que disparou o tiro foi inicialmente decretada por crime culposo, que posteriormente foi convertida em preventiva, mantendo-o detido no Presídio Romão Gomes. A ADPESP denunciou a conduta dos oficiais da Polícia Militar como um possível crime de prevaricação, por agirem em desacordo com a lei ao não conduzir a ocorrência para a delegacia de polícia.
Além disso, a associação alegou que houve descumprimento da Constituição Federal e da legislação federal, bem como da Resolução 40 de 2015 da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que estabelece que mortes por ação policial devem ser investigadas pela Polícia Civil. A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso está sendo investigado pela Justiça Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público.
Diante desses acontecimentos, a atuação da ADPESP ganha relevância em meio à discussão sobre a ampliação das atribuições da Polícia Militar pelo governo estadual. A intenção de conceder à PM a capacidade de registrar termos circunstanciados, antes a cargo da Polícia Civil, tem gerado debates sobre a divisão de responsabilidades entre as instituições policiais. A investigação em curso e a atuação da ADPESP buscam garantir a transparência e a responsabilização no caso da morte do idoso no bairro do Tatuapé, reforçando a importância do cumprimento da lei e da separação das funções entre a Polícia Militar e a Polícia Civil.