De acordo com as informações obtidas, em 2022, 10.764 homens negros perderam suas vidas em decorrência de disparos de armas de fogo, enquanto o número de homens brancos nessas circunstâncias foi significativamente menor, com 2.406 vítimas. Esses dados alarmantes evidenciam as desigualdades estruturais presentes na sociedade brasileira.
Para os pesquisadores envolvidos no estudo, a população negra é mais suscetível à violência, tanto letal quanto generalizada, que resulta em um maior número de internações do que entre a população branca. Rony Coelho, pesquisador do instituto, ressalta que as estatísticas mostram a vulnerabilidade enfrentada pelos negros diante da violência no país.
O cenário de disparidade racial também se reflete entre as mulheres. Em 2022, houve o registro de 629 mortes de mulheres negras por disparos de armas de fogo, em comparação com 207 mortes de mulheres brancas. Essa discrepância é ainda mais expressiva, fator que demonstra a maior vulnerabilidade das mulheres negras a todos os tipos de agressão em relação às mulheres brancas.
O estudo também destacou que os jovens negros, especialmente na faixa etária de 18 a 24 anos, são as principais vítimas da violência no período analisado. No entanto, a disparidade racial é observada em grande parte das faixas etárias, e diminui somente a partir dos 45 anos.
Os pesquisadores reforçam a importância de garantir um acesso igualitário à educação, saúde, justiça social e segurança pública como medidas fundamentais para reduzir o número de vítimas da violência entre negros e brancos no Brasil. A necessidade de políticas públicas efetivas e de combate às desigualdades raciais se torna cada vez mais evidente diante dos dados alarmantes apresentados por essa pesquisa.