Os acordos de Barbados são resultado de negociações entre o governo Maduro e setores da oposição, mediadas pela Noruega no ano passado, com o apoio do Brasil e de outros países. Estes acordos incluíram a libertação de oposicionistas presos e o levantamento parcial de sanções econômicas impostas ao país, especialmente no setor de petróleo, pelos Estados Unidos. No entanto, as sanções foram reaplicadas em abril deste ano, o que causou preocupação nos esforços de promover um processo eleitoral livre e justo na Venezuela.
Apesar dos desafios enfrentados, a Venezuela tem buscado o apoio de observadores internacionais para as eleições de julho. Organizações como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a Comunidade do Caribe (Caricom) e um painel de especialistas das Nações Unidas, além da União Africana e do Centro Carters, participarão como observadores do pleito, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
Além das questões eleitorais, Lula e Maduro discutiram a relação bilateral entre Brasil e Venezuela. O ex-presidente brasileiro agradeceu o apoio venezuelano à eleição da ministra Sonia Guajajara à presidência do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac) e expressou interesse em fortalecer a colaboração na proteção dos yanomamis na fronteira entre os dois países.
A conversa também abordou o interesse de empresários em retomar investimentos e comércio com a Venezuela, especialmente nos estados de Roraima e Amazonas. Lula e Maduro discutiram a possibilidade de celebrar um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e a renegociação da dívida bilateral entre os dois países. A expectativa é que essas ações possam contribuir para fortalecer a relação entre Brasil e Venezuela e impulsionar o desenvolvimento econômico de ambos os países.