Desde 2018, o número de acidentes de trânsito vem aumentando nas estradas concedidas e diminuindo nas sob gestão pública. Em 2018, foram registrados 28.845 acidentes nas rodovias concedidas, número que subiu para 30.526 em 2022, representando um aumento de 5,8%. Já nas rodovias públicas, os acidentes caíram de 36.880 para 34.650, uma redução de 6%.
Ramon Victor Cesar, professor associado da Fundação Dom Cabral e coordenador da pesquisa, destacou que apesar do maior número absoluto de acidentes nas rodovias concedidas, as taxas de acidentes e gravidade permanecem mais elevadas nas estradas públicas. Ele explicou que o aumento de acidentes nas rodovias sob concessão pode ser atribuído ao maior investimento em manutenção e conservação das estradas públicas nos últimos anos, além do fato de que muitas concessões são recentes e ainda não tiveram tempo suficiente para melhorar a qualidade das rodovias.
Quando se analisa a gravidade dos acidentes entre 2022 e 2023, houve um aumento de 12,6% na taxa de casos com feridos, mas uma redução de 9,1% nos acidentes com mortes. Isso pode estar relacionado a fatores como maior controle de velocidade e melhorias na infraestrutura rodoviária, como a duplicação de estradas.
Minas Gerais foi o estado brasileiro que registrou o maior número de acidentes em rodovias federais, seguido por Santa Catarina e Paraná. Já em relação aos sinistros graves, o Paraná liderou os registros. As rodovias BR-101 e BR-116 foram as que apresentaram mais acidentes e maior gravidade.
Para reduzir o número de acidentes, o professor enfatizou a importância de melhorar a infraestrutura, investir em fiscalização e educação de trânsito, além de garantir uma legislação eficaz e não populista. Ele ressaltou a importância de manter um Código de Trânsito rigoroso para garantir a segurança nas estradas federais.