BRASIL – Estudo da Fundação Dom Cabral aponta risco de acidentes 3,2 vezes maior em rodovias públicas do que privatizadas em 2023.

Em 2023, um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral revelou que o risco de acidentes em rodovias federais administradas pelo governo era 3,2 vezes maior do que nas concessionadas à iniciativa privada. Os dados analisados mostraram que, no ano passado, dos 65.176 acidentes notificados, 34.650 ocorreram em rodovias sob gestão pública, enquanto 30.526 aconteceram em estradas concedidas.

Desde 2018, o número de acidentes de trânsito vem aumentando nas estradas concedidas e diminuindo nas sob gestão pública. Em 2018, foram registrados 28.845 acidentes nas rodovias concedidas, número que subiu para 30.526 em 2022, representando um aumento de 5,8%. Já nas rodovias públicas, os acidentes caíram de 36.880 para 34.650, uma redução de 6%.

Ramon Victor Cesar, professor associado da Fundação Dom Cabral e coordenador da pesquisa, destacou que apesar do maior número absoluto de acidentes nas rodovias concedidas, as taxas de acidentes e gravidade permanecem mais elevadas nas estradas públicas. Ele explicou que o aumento de acidentes nas rodovias sob concessão pode ser atribuído ao maior investimento em manutenção e conservação das estradas públicas nos últimos anos, além do fato de que muitas concessões são recentes e ainda não tiveram tempo suficiente para melhorar a qualidade das rodovias.

Quando se analisa a gravidade dos acidentes entre 2022 e 2023, houve um aumento de 12,6% na taxa de casos com feridos, mas uma redução de 9,1% nos acidentes com mortes. Isso pode estar relacionado a fatores como maior controle de velocidade e melhorias na infraestrutura rodoviária, como a duplicação de estradas.

Minas Gerais foi o estado brasileiro que registrou o maior número de acidentes em rodovias federais, seguido por Santa Catarina e Paraná. Já em relação aos sinistros graves, o Paraná liderou os registros. As rodovias BR-101 e BR-116 foram as que apresentaram mais acidentes e maior gravidade.

Para reduzir o número de acidentes, o professor enfatizou a importância de melhorar a infraestrutura, investir em fiscalização e educação de trânsito, além de garantir uma legislação eficaz e não populista. Ele ressaltou a importância de manter um Código de Trânsito rigoroso para garantir a segurança nas estradas federais.

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