A Operação Última Milha foi autorizada por Moraes, que é relator do inquérito, e resultou na detenção de quatro pessoas, incluindo ex-assessores e militares ligados à Abin. O monitoramento ilegal incluiu figuras importantes como ministros do STF, deputados federais, senadores, jornalistas, e até mesmo o ex-governador de São Paulo João Dória.
A utilização da ferramenta First Mile, adquirida pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da agência, foi uma das evidências apontadas nas investigações. O programa permitia a invasão de aparelhos e computadores, bem como a monitoração de dispositivos móveis sem autorização judicial.
Além do monitoramento ilegal, a organização criminosa também se dedicou à disseminação de notícias falsas nas redes sociais, visando desestabilizar autoridades e colocar em dúvida o processo eleitoral. A PF identificou a existência de um “gabinete do ódio” composto por agentes da Abin, responsáveis por disseminar desinformação acerca das autoridades monitoradas.
O escândalo também envolveu a tentativa de prejudicar investigações da Polícia Federal e da Receita Federal, além de atingir auditores que atuaram em casos sensíveis, como as rachadinhas relacionadas ao senador Flavio Bolsonaro. A existência de áudios envolvendo ex-diretores da Abin e autoridades políticas também foi destacada como elemento probatório das ações ilegais.
Diante dessas revelações chocantes, cabe às autoridades competentes investigar e responsabilizar os envolvidos nesse esquema de espionagem e desinformação. Os impactos dessas ações podem ter sérias consequências para a democracia e o Estado de Direito no Brasil, reforçando a importância da transparência e da ética no exercício do poder público.