Apesar de o governo de Hasina ter eliminado o sistema de cotas em 2018, um tribunal reverteu essa decisão no mês passado, o que gerou ainda mais revolta entre a população. Com estimativas apontando para pelo menos 114 mortes decorrentes das manifestações, o governo decretou toque de recolher e ordenou o fechamento de escritórios e instituições por dois dias como medida de contenção.
As manifestações, que já são consideradas as maiores desde que Hasina assumiu seu quarto mandato, com um total de 15 anos no poder, refletem também o alto índice de desemprego entre os jovens bangladeshianos, que representam um quinto da população de 171 milhões de habitantes do país. Para reprimir os protestos, o governo tomou a medida extrema de suspender os serviços de internet desde quinta-feira, isolando Bangladesh do restante do mundo.
Em meio ao clima de tensão e confrontos entre manifestantes e forças de segurança, o governo mobilizou militares para conter os atos de desobediência civil que desafiam a proibição das reuniões públicas no país. A situação continua incerta e delicada, com a população exigindo mudanças e a gestão governamental tentando controlar a crise que acomete Bangladesh.