Esse aporte de recursos é fundamental para financiar projetos estratégicos, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê um investimento de R$ 23 bilhões até 2028. No entanto, especialistas alertam que o aumento no financiamento do FNDCT não será suficiente para elevar significativamente os investimentos em ciência, tecnologia e inovação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, mas para alcançar a taxa de 1,6% como em países como Espanha e Itália, seria necessário um investimento mínimo de R$ 43,6 bilhões. Segundo Carlos Américo Pacheco, diretor da Fapesp, parte desse montante deve vir do setor privado, uma vez que o esforço público sozinho não seria viável do ponto de vista fiscal.
Pacheco destaca que é necessário criar mecanismos para incentivar o setor privado a investir mais em P&D. Para ele, a política de inovação brasileira não conseguiu impulsionar os investimentos privados, e o setor público precisa atuar como indutor desses investimentos.
Durante um seminário sobre financiamento de pesquisa na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, representantes de instituições como Fapesp, CNI e ABC discutiram a importância de diversificar as fontes de financiamento e reforçaram a necessidade de investir em recursos humanos qualificados para impulsionar a inovação e competitividade na economia. Ainda assim, desafios legislativos e a dependência excessiva do FNDCT como única fonte de financiamento preocupam os especialistas, que buscam alternativas para fortalecer a pesquisa e desenvolvimento no país.