Além das atas eleitorais, o CNE também entregou ao TSJ a ata da totalização dos votos que concedeu a vitória a Nicolás Maduro, bem como documentos que comprovariam um ataque cibernético contra as telecomunicações do país. Segundo o Conselho, um ataque hacker teria prejudicado o funcionamento regular do órgão eleitoral.
Diante disso, o TSJ convocou os candidatos e representantes dos partidos que participaram do pleito para comparecerem ao Tribunal nos dias 7, 8 e 9 de agosto, com o objetivo de prestar esclarecimentos e apresentar os documentos eleitorais de cada grupo. A presidente do TSJ, Caryslia Beatriz Rodríguez, alertou que o não comparecimento dos envolvidos poderá acarretar em consequências de acordo com a legislação vigente.
Em meio a esse impasse eleitoral, o principal candidato opositor, Edmundo González, não compareceu a uma audiência convocada pelo Tribunal na semana passada, alegando que a perícia solicitada pelo TSJ extrapola as competências do CNE. A oposição, liderada por María Corina Machado, tem intensificado os apelos aos policiais e militares para agirem contra o governo, denunciando supostas irregularidades no processo eleitoral.
Enquanto a oposição afirma ter publicado mais de 80% das atas na internet que comprovariam a vitória de González, o governo venezuelano acusa os opositores de falsificarem mais de 9 mil atas disponibilizadas online. Diante da falta de transparência na divulgação das atas por mesa de votação, os resultados da eleição presidencial continuam sendo questionados e gerando conflitos de interpretação.
Enquanto os Estados Unidos reconheceram a vitória de Edmundo González, países como Brasil, México e Colômbia pedem que o impasse seja resolvido através das instituições e que as autoridades venezuelanas apresentem as atas eleitorais de forma transparente. A expectativa agora se volta para a análise do TSJ e a possibilidade de uma definição sobre os resultados eleitorais na Venezuela.