BRASIL – Prefeitura do RJ demole prédios irregulares em terreno da União na Maré; MPF questiona legalidade da ação.

No Complexo de Favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, uma operação liderada pela prefeitura para demolir prédios considerados irregulares está gerando polêmica. O terreno onde as demolições estão sendo realizadas pertence à União, conforme confirmou a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) em resposta ao Ministério Público Federal (MPF), que está investigando a legalidade da ação.

A SPU, ligada ao Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, é responsável por administrar bens da União, como terrenos e imóveis. O terreno em questão, onde as demolições estão ocorrendo na comunidade da Maré, é caracterizado como terreno acrescido de Marinha, de domínio da União, conforme registrado pela Superintendência do Patrimônio da União no Rio de Janeiro.

A operação, que conta com o apoio das polícias Civil e Militar, já está em seu 13º dia e até o momento, 32 prédios foram parcialmente demolidos, totalizando mais de 162 apartamentos. A Polícia Civil suspeita que as construções irregulares tenham sido erguidas como parte de um esquema de lavagem de dinheiro de organizações criminosas que controlam o tráfico na região.

Moradores da comunidade da Maré relatam que a ação está sendo realizada de forma irregular e já fizeram protestos. Além disso, a operação está impactando o funcionamento das escolas na região, com várias delas tendo que ficar fechadas por questões de segurança.

O Ministério Público Federal solicitou informações sobre a operação tanto à Secretaria Municipal de Habitação quanto à Secretaria Estadual de Segurança Pública. A resposta da Sesp indica que a ação foi uma iniciativa administrativa da prefeitura, visando garantir a integridade física dos agentes e dos moradores da comunidade.

A prefeitura solicitou mais 30 dias para fornecer informações adicionais sobre a operação. O procurador responsável pelo caso questiona a intervenção da prefeitura em um terreno de propriedade da União, sem consultar a instância competente e sem cumprir um acordo previamente assinado para regularização fundiária na região.

A controvérsia em torno da operação na Maré envolvendo a demolição de prédios ilegais continua gerando preocupação e questionamentos sobre a legalidade e os impactos dessa ação na comunidade local. Aguarda-se um posicionamento das autoridades envolvidas para esclarecer todas as questões levantadas pelo Ministério Público Federal.

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