BRASIL – Desigualdade racial impede crescimento econômico do Brasil, apontam especialistas em seminário do Ipea em Brasília.

Segundo especialistas e representantes de diversos setores, o Brasil enfrenta um grande desafio em relação à desigualdade racial e suas consequências econômicas. De acordo com dados apresentados durante o seminário Empoderamento Econômico da População Afrodescendente, realizado em Brasília, a economia brasileira poderia ser até 30% maior se houvesse uma redução significativa nas disparidades raciais.

Atualmente, os negros representam 52% da população brasileira, mas enfrentam uma série de obstáculos que impedem o seu pleno desenvolvimento econômico. As oportunidades desiguais em termos de educação, empregabilidade, acesso ao crédito e condições de vida impactam diretamente no potencial de crescimento do país.

Para a presidenta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Mendes Santos Servo, o empoderamento econômico da população negra é uma necessidade urgente para o Brasil se tornar um país desenvolvido. Ela ressaltou que o investimento nesse segmento da população é fundamental para impulsionar o crescimento, a produtividade e o PIB nacional.

A desigualdade racial é apontada como um obstáculo ao crescimento econômico pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou a importância de superar essa disparidade histórica para transformar a economia brasileira e fortalecer o mercado interno.

Outros participantes do seminário também ressaltaram a necessidade de políticas públicas voltadas para a geração de renda e o estímulo ao empreendedorismo entre a população negra. O racismo institucional no Brasil foi apontado como uma forma de exploração que favorece alguns grupos em detrimento de outros, contribuindo para a manutenção das desigualdades.

Diante desse cenário, é fundamental que o país adote medidas efetivas para promover a inclusão e o empoderamento da população negra. A discriminação racial não apenas prejudica diretamente os indivíduos afetados, mas também impacta negativamente toda a sociedade. Portanto, a questão do empoderamento econômico da população negra deve se tornar uma agenda central nas políticas públicas e nas ações de desenvolvimento do Brasil.

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