Os indígenas da comunidade denunciaram as agressões ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), relatando que o estopim para os ataques foi a visita de uma Missão de Direitos Humanos na região na sexta-feira (13). A ação resultou em confrontos que deixaram pelo menos uma mulher ferida por um projétil de arma de fogo, que foi encaminhada a um hospital em Ponta Porã. Além disso, duas pessoas foram feridas por balas de borracha e barracos foram destruídos durante a retomada.
De acordo com o Cimi, as agressões iniciaram na madrugada, quando policiais arrastaram o corpo de Neri para a mata, gerando revolta entre os indígenas. Os confrontos continuaram e, na terça-feira (17), vídeos mostraram a iminência da agressão. A Funai se posicionou sobre o caso com indignação e acionou a Procuradoria Federal Especializada para tomar medidas legais. A instituição afirmou que trabalhará para garantir a punição dos responsáveis e acionará o TRF3.
O governo do Mato Grosso do Sul informou que parte dos guarani e kaiowá estava armada e tentava invadir a fazenda, justificando a presença de policiais no local. O secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, esclareceu que os policiais cumpriram uma ordem judicial para manter a ordem e segurança na propriedade. Peritos estiveram no local para coletar informações e um relatório será entregue em Brasília.
A situação na região é delicada e exige atenção urgente das autoridades competentes. A Agência Brasil procurou os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública para obter posicionamentos, porém, não obteve retorno até o momento. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas ressaltou a gravidade do ocorrido e está mobilizando esforços para garantir a segurança dos povos indígenas da região afetada.