Segundo o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Luis Ventura, a atuação da polícia na área indígena não está sendo para garantir a segurança dos povos originários, mas sim para atender a interesses particulares. O conflito teve início no dia 12 de setembro, com policiais militares efetuando disparos com balas de borracha e munição letal contra os indígenas da região.
A presença da fazendeira Roseli Ruiz, que reivindica a posse da Fazenda Barra, tem sido alvo de críticas e denúncias de envolvimento com a ação violenta da polícia. De acordo com Ventura, a filha de Roseli, Luana Ruiz, que atua como assessora especial da Casa Civil do governo estadual, teria solicitado a presença policial na área, dando margem para a hostilidade contra os indígenas.
A escalada da violência levou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo a divulgar uma nota de repúdio, denunciando a situação insustentável enfrentada pelos povos indígenas em todo o país. A deputada federal Célia Xakriabá também enviou um ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pedindo a suspensão das operações policiais na Terra Indígena Nhanderu Marangatu e a abertura de um inquérito para investigar os ataques.
Diante das acusações, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul se manifestou, negando a existência de ordens de reintegração de posse na área. No entanto, as denúncias de abusos e violações dos direitos humanos permanecem. A Agência Brasil aguarda posicionamento das autoridades responsáveis e das partes envolvidas para esclarecer os fatos e buscar soluções para o conflito na Terra Indígena Nhanderu Marangatu.