O Brasil está caminhando a passos largos em direção à transição energética tão esperada, e um dos pilares desse movimento é a produção de hidrogênio verde. Para alcançar esse objetivo, será necessário formar quase 3 mil técnicos e trabalhadores qualificados a cada ano, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O estudo, que contou com a participação de 128 especialistas em hidrogênio verde, mapeou a necessidade média de mão de obra em três níveis de ocupação: médio, baixo e alto. No nível médio, que engloba técnicos e trabalhadores qualificados, a demanda é de 2.863 novos profissionais anualmente. Já no nível baixo, que inclui trabalhadores semiqualificados e não qualificados, são necessários 2.248 profissionais por ano.
No nível alto, composto por cientistas e engenheiros altamente qualificados, a pesquisa não trouxe números específicos, apenas indicando que a demanda é relativamente menor e mais concentrada em universidades e centros de pesquisa.
Essa demanda por profissionais qualificados reflete a importância da formação técnica especializada para o sucesso da implementação de fábricas de hidrogênio verde no país e para impulsionar a transição energética de forma eficaz.
O Senai, em parceria com o projeto H2Brasil, que faz parte de uma cooperação entre o Brasil e a Alemanha para o desenvolvimento sustentável, está investindo na preparação desses profissionais. O órgão criou um centro de excelência no Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Ceará, além de um curso de pós-graduação.
Com a produção de hidrogênio verde em ascensão, o Brasil poderá utilizar esse combustível limpo em setores que demandam alta energia, como transporte e siderurgia, tornando essas atividades menos poluentes e contribuindo significativamente para a transição energética tão necessária.
Além disso, o governo brasileiro vem trabalhando para estabelecer um marco legal sólido para o setor de hidrogênio. Em agosto, o presidente sancionou a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, garantindo certificação do hidrogênio e mecanismos de incentivo para projetos de produção de energia. O Senado também aprovou um projeto de lei para o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, visando impulsionar o mercado interno de hidrogênio de baixa emissão de carbono.
Com mais de 60 projetos de hidrogênio a partir de fontes renováveis já anunciados no Brasil, é evidente que o país está no caminho certo para se tornar uma referência na produção de hidrogênio verde, contribuindo para um futuro mais sustentável e limpo.