O objetivo da demolição dessa infraestrutura é interromper as principais rotas de abastecimento dos garimpeiros, dificultando seu acesso às áreas remotas onde práticas ilícitas são realizadas. Vale ressaltar que essa não foi a única pista a ser desmantelada, visto que outras 44 já haviam sido destruídas entre março e setembro deste ano, todas localizadas nas proximidades da Terra Yanomami.
Para identificar essas rotas clandestinas, têm sido utilizados sobrevoos de reconhecimento, imagens de satélite e tecnologia de ponta fornecida pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também foi um componente fundamental na localização da pista de pouso em questão.
A coleta de dados de inteligência das Forças Armadas, aliada às tecnologias mencionadas, forneceu informações cruciais para a coordenação da operação conjunta entre militares e a Casa de Governo. Destruir pistas clandestinas é imprescindível para desmantelar a logística dos garimpeiros e desencorajar a exploração ilegal de novas áreas dentro e ao redor da Terra Yanomami.
Segundo Nilton Tubino, assessor da Secretaria-geral da Presidência da República, a destruição das pistas tem impacto direto na logística do garimpo, tornando mais difícil para os garimpeiros continuarem suas atividades. Isso pode desmotivá-los a permanecer na área indígena, o que é um resultado positivo para a preservação do território.
O governo federal continua monitorando outras pistas clandestinas e planeja realizar novas ações em breve como parte do plano de retirada da Terra Yanomami. O uso de tecnologias avançadas de monitoramento é um dos pilares para o sucesso dessa estratégia. Desde março até setembro deste ano, foram realizadas 1.812 operações que resultaram na destruição de várias infraestruturas e equipamentos utilizados pelos garimpeiros, causando um prejuízo estimado em R$ 209 milhões. O combate ao garimpo ilegal na região segue sendo uma prioridade do governo.