Uma das principais pautas discutidas durante o encontro foi a questão das cotas nas universidades para estudantes indígenas, além da criação de uma universidade exclusivamente voltada para os povos indígenas. Os participantes entregaram uma carta de reivindicações elaborada por coletivos indígenas de 25 universidades, destacando a importância da inclusão e da valorização da ciência indígena no ensino superior.
Durante uma audiência na Câmara dos Deputados, os estudantes indígenas enfatizaram a importância da presença indígena no ensino superior ao longo das últimas duas décadas, ressaltando a ciência indígena como uma ferramenta de luta e promoção da equidade. Manuele Tuyuka, presidente da AAIUnB, destacou a importância de trazer a diversidade e a identidade indígena para dentro das universidades.
Alisson Cleomar, estudante de medicina da UnB e membro da etnia Pankararu, destacou os desafios enfrentados por estudantes indígenas no ambiente acadêmico, ressaltando a importância do apoio da comunidade indígena para superar o preconceito e as dificuldades. Da mesma forma, Thoyane Fulni-ô Kamayurá, estudante de engenharia florestal, enfatizou a importância da rede de apoio para superar desafios como a gravidez durante os estudos.
O desafio de deixar a aldeia e se adaptar ao ambiente universitário também foi destacado por Yonne Alfredo, estudante de biologia da Unicamp. Apesar dos desafios e das saudades da sua terra natal, Yonne ressaltou a importância de continuar os estudos e adquirir conhecimento para contribuir com sua comunidade no futuro.
O XI Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas foi marcado pela diversidade cultural e pela luta por uma educação superior mais inclusiva e respeitosa com as particularidades dos povos indígenas. A presença dos estudantes indígenas em Brasília reforçou a importância de garantir espaços e oportunidades para que esses jovens possam desenvolver seus talentos e conhecimentos em ambiente acadêmico.