BRASIL – Governo usará R$ 150 milhões do FGO para criar linha de crédito a pequenas empresas atingidas pelo apagão em São Paulo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (18) que o governo disponibilizará R$ 150 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para criar uma linha de crédito destinada às pequenas empresas afetadas pelo apagão na região metropolitana de São Paulo. A medida provisória para formalizar a liberação dos recursos deverá ser assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de sua viagem à Rússia, na próxima semana, com o objetivo de que o dinheiro esteja disponível a partir de segunda-feira (21).

Ao todo, 380 mil empresas da Grande São Paulo devem ser beneficiadas por essa iniciativa. Para ter acesso aos fundos do FGO, as empresas precisarão comprovar os danos ocorridos devido à falta de energia elétrica mais recente. O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, explicou que os recursos do FGO não vêm do Tesouro Nacional, mas sim do próprio fundo, que é auto sustentável devido à baixa taxa de inadimplência.

Em um cenário semelhante no Rio Grande do Sul, onde 38 mil empresas da Grande Porto Alegre e do Vale do Taquari fecharam as portas, o governo conseguiu reabrir 31 mil delas. O modelo de empréstimo adotado é diferenciado, onde a empresa recebe 100 e deve devolver apenas 60, com prazo de dois anos para pagamento. Em São Paulo, a linha de crédito funcionará de forma semelhante, com juros zero ou até mesmo “juros negativos” para a quitação da dívida.

É importante ressaltar que essa medida não beneficiará pessoas físicas que tiveram prejuízos individuais durante o apagão. O foco do programa é auxiliar as pequenas empresas afetadas pelo blecaute. O ministro Haddad defendeu a decisão de usar os recursos do FGO nesse momento de crise, destacando que os recursos do Pronampe estavam disponíveis para serem utilizados em situações emergenciais.

Além disso, o governo federal estenderá o prazo para regularização das dívidas contraídas junto ao Pronampe, podendo ser ampliado em até 60 dias sem necessidade de comprovação. O ministro ressaltou ainda a importância de incentivar as empresas de menor porte a aumentar suas exportações, visando também a segurança econômica do país. Novas medidas estão sendo estudadas para oferecer melhores condições para essas empresas, incluindo benefícios relacionados a seguros de exportação e reembolso de créditos de impostos.

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