BRASIL – Defesa da BHP no caso da barragem de Mariana segue em julgamento no Reino Unido, com depoimento de advogados da empresa

Nesta quarta-feira (23), os advogados da mineradora anglo-australiana BHP deram início à sua defesa perante o tribunal britânico que está julgando a responsabilidade da empresa no rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, no fatídico ano de 2015. Este é o terceiro dia de julgamento, que até então havia sido marcado pela apresentação da tese das vítimas do desastre, as quais buscam responsabilizar a BHP por suas ações.

A barragem, que pertencia à Samarco, uma joint-venture entre a brasileira Vale e a subsidiária brasileira da BHP, é o centro desse embate judicial. O escritório Pogust Goodhead (PG), que representa uma vasta parcela da população afetada pelo rompimento da barragem, defende que as decisões na Samarco dependiam do consenso entre os representantes acionistas da BHP e da Vale. Além disso, as vítimas afirmam que a BHP tinha conhecimento prévio dos riscos envolvidos na operação da barragem.

Por outro lado, a BHP nega as alegações relacionadas ao seu grau de controle sobre a Samarco, afirmando que a empresa sempre atuou de forma independente em suas operações. A mineradora também destaca o trabalho conjunto com a Samarco e a Vale para apoiar os processos de reparação e compensação em andamento no Brasil.

A empresa terá dois dias para apresentar sua defesa perante o tribunal em Londres, após os quais testemunhas do caso e especialistas em legislações brasileiras ambientais, civis e de direito societário serão ouvidos. A previsão é que o julgamento se estenda até março de 2025, com mais três meses para que a juíza pronuncie a sentença. Nessa etapa, será decidido se a BHP é ou não responsável pelo desastre, sendo necessário um novo julgamento para definir possíveis valores de indenizações em caso de condenação. A aguardar os desdobramentos desse processo judicial tão importante para as vítimas e para a empresa.

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