É preocupante notar que a grande maioria das agressões, cerca de 80%, aconteceu dentro das próprias residências das vítimas, o que torna a situação ainda mais denegrida. Os números foram levantados com base em notificações realizadas por unidades de saúde, indicando que a violência está presente em todas as faixas etárias analisadas.
O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde, evidenciou que os casos de violência afetam desde bebês com menos de 1 ano até adolescentes de 15 a 19 anos. A subnotificação é um grande desafio nesse cenário, levando a entidade a afirmar que os dados representam apenas a “ponta do iceberg”.
Em relação à distribuição geográfica, estados da região Sudeste lideram os registros, seguidos por Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados com maior número de casos notificados ao longo do ano.
A SBP alerta para a importância da notificação de qualquer caso suspeito ou confirmado de violência contra crianças e adolescentes, indicando a necessidade de reportar ao conselho tutelar local, delegacias de polícia e Ministério Público. Além disso, a entidade enfatiza a necessidade de profissionais de saúde estarem sensíveis a possíveis sinais de agressão e frisa a importância da interrupção do ciclo de violência.
Após debater o tema durante o 41º Congresso Brasileiro de Pediatria, a SBP lançará uma campanha de sensibilização e orientação diagnóstica sobre a violência contra crianças e adolescentes, visando fortalecer a prevenção e a identificação precoce de sinais de agressão em todas as instâncias de serviços de saúde.