BRASIL – Julgamento dos assassinos de Marielle Franco inicia com testemunhas e acusados participando por videoconferência, evitando aglomeração.

O 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) dá início ao julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. Durante a sessão, está previsto o depoimento de nove testemunhas, sendo sete indicadas pelo Ministério Público estadual e duas pela defesa de Ronnie Lessa. A defesa de Élcio Queiroz abriu mão de chamar as testemunhas previamente solicitadas.

Os réus participarão do júri popular por meio de videoconferência, diretamente das unidades prisionais onde estão detidos. Ronnie Lessa está na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, enquanto Élcio Queiroz está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília. Algumas testemunhas também poderão prestar depoimento de forma virtual durante a sessão.

O Juízo solicitou que apenas as pessoas diretamente envolvidas no julgamento compareçam ao plenário, a fim de evitar aglomerações e tumultos, considerando a grande repercussão do caso na opinião pública.

A morte de Marielle Franco, que tinha pouco mais de um ano de mandato como vereadora, gerou comoção e indignação em todo o país, sendo entendida por muitos como um ataque à democracia. O crime desencadeou uma investigação complexa, que culminou na prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. No entanto, apenas em 2024 foram identificados e presos os supostos mandantes do crime, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, juntamente com o então chefe da Polícia Civil, o delegado Rivaldo Barbosa.

O processo que envolve os supostos mandantes está no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Rivaldo Barbosa prestou depoimento virtualmente, alegando não ter participado do assassinato e mencionando ter sido apresentado a Marielle por Marcelo Freixo, ex-deputado estadual e colega de trabalho da vereadora. Domingos Brazão e Chiquinho Brazão também prestaram depoimentos, negando envolvimento com o caso e afirmando não conhecer pessoalmente Ronnie Lessa, réu confesso dos disparos contra Marielle Franco. A expectativa é que o julgamento traga mais esclarecimentos e gere desdobramentos no desfecho deste triste episódio que chocou a sociedade brasileira.

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