BRASIL – Medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha têm prazo indeterminado, decide STJ para garantir segurança das vítimas de agressão

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão importante nesta quarta-feira (13), ao determinar que as medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha não têm prazo de validade definido. Essa decisão permite que as restrições impostas aos agressores possam ser mantidas enquanto a vítima estiver em situação de risco.

A questão foi discutida durante o julgamento de um recurso no qual o Ministério Público de Minas Gerais contestava a decisão de um juiz que havia fixado um prazo de 90 dias para as medidas protetivas contra um agressor, além de determinar uma reavaliação no mesmo período. A Terceira Seção do STJ, com base no voto do relator ministro Rogério Schietti, decidiu que a revogação dessas medidas pode representar um risco de feminicídio.

Para embasar sua decisão, o ministro Schietti mencionou uma pesquisa do Ministério Público de São Paulo que apontou a importância das medidas protetivas. Segundo ele, em 97% dos casos de violência contra a mulher em que essas medidas foram concedidas, foi possível evitar o feminicídio. A pesquisa concluiu que o feminicídio é uma morte evitável.

Essa decisão do STJ se destaca em um cenário nacional alarmante, onde a violência contra as mulheres atinge números preocupantes. No ano passado, o Brasil registrou 3,9 mil casos de assassinatos de mulheres e 2,7 mil tentativas de feminicídio, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Com a determinação do STJ, as medidas protetivas ganham ainda mais importância na proteção das mulheres vítimas de violência, contribuindo para a prevenção de feminicídios. A decisão reflete a preocupação do Judiciário em garantir a segurança e a integridade das mulheres que enfrentam situações de violência doméstica.

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