Segundo as investigações, no dia 15 de dezembro, Bolsonaro se reuniu com o ministro da Justiça, Anderson Torres, além dos generais da reserva Braga Netto e Mario Fernandes, todos eles indiciados pela PF. No mesmo dia, estava em andamento uma operação clandestina para prender o próprio ministro Alexandre de Moraes.
O relatório apontou que a falta de apoio das tropas do general Freire Gomes foi crucial para o fracasso do plano golpista. Mesmo com todas as pressões realizadas, a maioria do alto comando do Exército se manteve institucionalmente correta e não apoiou o golpe de Estado. Essa falta de adesão das tropas fez com que Bolsonaro não assinasse o decreto golpista, que foi encontrado durante a investigação da PF.
Além disso, a Aeronáutica também não apoiou a tentativa de golpe, frustrando assim os planos do grupo. A Marinha e o ministro da Defesa aderiram ao intento golpista, mas os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram contrários a qualquer medida que pudesse causar uma ruptura institucional no país.
O golpe estava programado para ocorrer três dias após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. No dia 12 de dezembro de 2022, um grupo tentou invadir a sede da Polícia Federal em Brasília e colocou fogo em ônibus que passaram pelas proximidades, em um possível episódio relacionado às movimentações golpistas.