Além disso, o estudo apontou que cerca de 37,4% das escolas não possuem áreas verdes, 11,3% estão situadas em favelas e 6,7% estão em locais de risco para desastres naturais. Essa situação preocupa especialistas, uma vez que coloca em risco a segurança e a educação de aproximadamente 370 mil estudantes que frequentam 20.635 escolas públicas e privadas em todo o país.
A especialista em criança e natureza do Instituto Alana, Maria Isabel Barros, destacou a gravidade da situação, destacando que eventos climáticos extremos como incêndios florestais e tempestades podem comprometer o acesso à educação básica dessas crianças. Ela ressaltou que a falta de aulas devido a esses eventos pode resultar em abandono escolar, dificultando o retorno dos alunos às salas de aula.
Os pesquisadores do estudo identificaram que a Região Norte foi a que apresentou o maior percentual de escolas com temperatura acima da média, com destaque para as capitais como Manaus, Macapá e Palmas. A falta de áreas verdes nas escolas também foi apontada como um problema, impactando diretamente no desempenho educacional e na saúde dos estudantes.
A presença de vegetação nas escolas foi destacada como fundamental para o desenvolvimento integral das crianças, contribuindo para um ambiente mais propício ao aprendizado e à sociabilidade. No entanto, o estudo revelou que apenas 26,6% da área das escolas estudadas era ocupada por vegetação, evidenciando a necessidade de investimentos nesse sentido.
Além disso, as desigualdades territoriais, raciais e socioeconômicas foram evidenciadas no estudo, com escolas em áreas de risco para desastres naturais apresentando uma maioria de estudantes negros. Isso reflete a reprodução das desigualdades observadas nas cidades brasileiras, destacando a urgência de políticas públicas que promovam a igualdade de acesso à educação e ao meio ambiente saudável para todas as crianças.