Vídeos gravados pelos próprios indígenas demonstram pessoas feridas nas pernas e orelhas, além de munições letais não deflagradas no local. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos 15 indígenas foram feridos, incluindo duas mulheres e uma criança que precisaram de internação hospitalar. Dois indígenas também foram presos durante a ação.
De acordo com relatos das lideranças indígenas locais, a polícia invadiu a Aldeia Jaguapiru, atacando moradias, idosos, crianças e até uma escola. O deputado estadual Pedro Kemp denunciou a ação truculenta da polícia durante uma sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e destacou a violência empregada na operação.
O governo do estado justificou a ação da Polícia Militar alegando que todas as negociações foram esgotadas e que a intervenção visava garantir os direitos constitucionais. No entanto, a ação gerou críticas e repúdio por parte de organizações e representantes políticos, que enfatizaram a violência empregada contra os indígenas.
Além do conflito, a manifestação dos indígenas se deu pela falta de água na região, que persiste há cerca de cinco anos devido ao aumento populacional nas aldeias Jaguapiru e Bororó. O Ministério da Saúde informou que medidas estão sendo tomadas para garantir o abastecimento de água à comunidade, como a distribuição por caminhões-pipa e a perfuração de novos poços.
Embora o governo tenha se comprometido a buscar soluções para o problema, os indígenas permanecem reivindicando por água e enfrentando a repressão policial em suas manifestações. A situação evidencia a tensão existente entre os direitos dos povos indígenas e as medidas de segurança adotadas pelo governo, gerando preocupações em relação à violação dos direitos humanos e da dignidade dos povos originários.