Segundo o relatório, os impactos das cheias nos municípios gaúchos em 2024 foram avaliados em R$ 88,9 bilhões, sendo a maior parte deste valor, 69% (R$ 61 bilhões), correspondente ao setor produtivo. O estudo também destaca que a situação de calamidade pública resultou em um recuo da atividade econômica gaúcha em (-) 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou o esforço do poder público em reduzir o impacto econômico das enchentes, destacando que as ações implementadas conseguiram diminuir o custo em 1,1% do PIB gaúcho. O relatório ainda aponta que, caso não houvesse intervenção do governo federal com transferências de recursos e alocação de verbas para os governos estadual e municipal, o impacto teria sido ainda maior, chegando a 2,4% do PIB.
Além dos impactos econômicos, o desastre causado pelas inundações pode resultar em uma redução de 432 mil empregos no estado em 2024, o equivalente a uma queda de 7,3% do total de pessoas ocupadas no primeiro trimestre do ano. A remuneração dos trabalhadores também deve diminuir em cerca de R$ 3,22 bilhões em 2024.
Diante desses dados, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a importância de atuar na reconstrução do estado e implementar medidas de prevenção e contenção de desastres naturais. O governo federal já está mobilizado na reconstrução do Rio Grande do Sul e disponibilizou recursos para garantir a segurança e o bem-estar da população.
Para prevenir futuros desastres, o BID recomenda ações de segurança de curto e médio prazo, como a reconstrução de estruturas resilientes, a melhoria dos sistemas de alerta precoce, a atualização de mapas de áreas de risco e a formalização de órgãos técnicos para identificação de riscos. Com a articulação do poder público e o apoio de organismos internacionais, é possível fortalecer a resiliência das regiões afetadas pelas inundações e garantir a recuperação econômica e social do Rio Grande do Sul.