A redução gradual das tarifas de importação prevista no acordo deve gerar aumentos significativos nas importações da União Europeia para o Brasil e nas exportações brasileiras para o bloco. Estima-se que as importações do bloco europeu cresçam em R$ 42,1 bilhões, enquanto as exportações brasileiras aumentem em R$ 52,1 bilhões. Essas mudanças devem impactar positivamente setores como o automotivo, com salvaguardas para proteger a indústria nacional.
O professor Giorgio Romano Schutte, membro do Observatório da Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (Opeb), ressaltou que o acordo traz avanços em relação a negociações anteriores, destacando a importância das salvaguardas para o setor automotivo. No entanto, ele ressaltou que os impactos econômicos do acordo serão gradualmente percebidos, com benefícios a longo prazo.
O aumento estimado de R$ 13 bilhões em investimentos no Brasil, a redução prevista nos preços ao consumidor e o aumento nos salários reais são outros aspectos positivos destacados pelo governo. Além disso, o acordo prevê cotas para alguns produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil, com limites para a isenção tarifária.
Apesar das expectativas positivas, alguns pontos do acordo geram preocupações, como a assimetria no tratamento dado aos produtos industriais da UE em comparação com os produtos agrícolas do Mercosul. Essa disparidade nas cotas estabelecidas pode impactar o mercado brasileiro de forma desigual. No entanto, o saldo das relações comerciais entre o Brasil e a União Europeia continuam sendo sólidos, com o país exportando uma variedade de produtos e importando máquinas, equipamentos e produtos farmacêuticos.
O cenário aponta para um futuro promissor nas relações comerciais entre Mercosul e União Europeia, com potencial para impulsionar a economia brasileira e fortalecer as negociações internacionais do país. Os próximos anos serão decisivos para avaliar os impactos concretos desse acordo e as oportunidades que ele proporcionará para os diversos setores da economia nacional.