Rota da corrupção: vereadores de Rio Largo são investigados por contratar assessores fantasmas

O município de Rio Largo agora é considerado um dos municípios mais corruptos de Alagoas. A população local envergonhada  pelo ciclo vicioso da corrupção, já não tem mais esperança na resolução da situação que já afeta os cofres públicos.

Na manhã desta terça-feira (30), a TV Ponta Verde divulgou um reportagem que mostra a situação de desprezo das cadeiras da Câmara dos Vereadores do município.

 Uma denúncia do Ministério Público Estadual  revelou que a cidade está sendo alvo de investigação, por usar mais uma vez o órgão público para a contratação de funcionários fantasmas.

Um dos envolvidos seria um homem identificado na folha de pagamento como Antônio Simplicio de Araujo. Na Câmara ele teria sido contratado para atuar como chefe de gabinete dos vereadores, mas quando foi procurado pela reportagem, estava passando tempo em uma quadra de futebol do município.

Ele disse que trabalha na parte da mesa diretora e que frequenta o local todas as quintas quando tem sessão na câmara.

Outros dois servidores ausentes no legislativo seriam Emerson José Pinto e a Esposa Luciana Mendonça da Silva que recebem R$2,800 sem trabalhar. O funcionário dos acusados, que trabalha em um bar de propriedade dos mesmos comprovou que ele nunca trabalhou como assessor parlamentar.

O suspeito esteve na sede do legislativo, mas não soube explicar o que faz um assessor.

“O assessor vem para assessorar o presidente, já tá dizendo já. Atendo ao pedido do presidente ou de outros vereadores que precisarem” explicou, alegando que vai trabalhar no local quase todos os dias.

O presidente da casa, José Alves Farias negou qualquer existência de funcionários fantasmas. Ele disse  que conhece Antônio e Emerson, mas não soube explicar o que eles fazem como chefe de gabinete e assessor. Disse ainda, que não tinha conhecimento da denuncia do Ministério Publico.

José Alves descartou qualquer possibilidade de ter colocado os assessores, em troca de ajuda na campanha política que o colocou no mais alto cargo da casa.

Uma mulher identificada como Maria das graças de Lima também está na lista entre os comissionados. Ela receberia R$ 1,700 por ocupar um cargo na Câmara, mas informou que é dona de casa e que se tivesse posse do dinheiro teria uma vida melhor. Ela teria sido inserida na folha de pagamento pela cota do vereador Jefersson  Alexandre.

O Promotor de Justiça Magno Moura  disse que o MP, está trabalhando com varias frentes em defesa do patrimônio público em Rio Largo Ao todo, 10 das 20 ações movidas pelo órgão já foram julgadas contra os ex-gestores.

Um inquérito civil já foi aberto para investigar os servidores fantasmas que segundo o MP só vão à Câmara para receber ou cobrar pelo salário na conta. O instrumento também visa apurar as pessoas que não tem conhecimento de sua atribuição no local de trabalho ou que não respeitam os horários estabelecidos.

O vereador Marcio Mantos (PRP), já havia sido afastado judicialmente no mês passado por uma ação de improbidade administrativa, já que ele mantinha servidores fantasmas no município.

“Ficou demonstrado que ele pagava os funcionários sem que eles trabalhassem. Todas as vezes  agora esta acontecendo isso, eles misturam interesses privados com os públicos, como se pudessem dispor disso, sem qualquer tipo de qualificação essas pessoas entram e não vão trabalhar. Isso é dinheiro publico sendo gasto de maneira indevida”,  comentou o promotor.

“Rachando Salários”

Segundo  denúncias, os  funcionários fantasmas teriam recebido o dinheiro e devolvido parte do recurso ao vereador, que supostamente ajudou a coloca-lo no cargo.

O Ministério Público diz que vai propor uma ação para investigar por meio de um inquérito civil  como as pessoas são movidas e requisitar documentos, caso haja constatação poderá haver afastamento dos envolvidos, bem como a devolução dos valores percebidos por essas pessoas,  sem a devida prestação do trabalho

Em relação a folha de pagamento e as alegações do presidente da casa, o MP informou que o parlamentar também  vai responder na ação.

“Se os vereadores estão afastados, não há razão para que os assessores continuem ali, então se ele não tomou essas providencias o MP já abriu outro inquérito civil requisitando explicações para saber quais foram as atitudes que ele tomou , se ele tiver feito isso, vai responder pessoalmente “, finalizou o procurador.

 

 

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