A solicitação foi feita pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações, e chegou ao ministro, relator do caso, no dia 6 deste mês. De acordo com o delegado, as provas obtidas na investigação sobre a tentativa de golpe podem contribuir para esclarecer o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A PF sustenta que tanto policiais quanto delegados da corporação que estavam temporariamente cedidos à Abin, assim como colaboradores do órgão, teriam feito parte de uma organização criminosa com o objetivo de monitorar de forma ilegal autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
O compartilhamento do inquérito do golpe também poderá servir para auxiliar a corregedoria da PF na apuração da conduta dos profissionais da instituição que estavam cedidos à Abin.
No mês anterior, Bolsonaro e outros 36 aliados foram indiciados pela PF por conta da tentativa de golpe. Segundo as investigações, o presidente Bolsonaro estava ciente do plano elaborado para assassinar Alexandre de Moraes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-vice-presidente Geraldo Alckmin.
O desdobramento dessas investigações promete trazer à tona ainda mais informações sobre possíveis ilicitudes no âmbito político e de órgãos de inteligência do Brasil, levantando questionamentos sobre as práticas adotadas durante a gestão Bolsonaro.