BRASIL – Apib apela ao MJSP e Judiciário para cessarem ataques aos indígenas Avá-Guarani na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá no Paraná.

A tensão entre indígenas Avá-Guarani da Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, localizada no oeste do Paraná, e não indígenas descontentes com a retomada dos territórios tradicionais pelos indígenas tem gerado uma série de ataques violentos. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) fez um apelo às autoridades competentes, Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e ao Judiciário, para que cessem os ataques e protejam os indígenas.

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), desde o final de dezembro de 2024, a região tem sido palco de ações violentas, resultando em um indígena baleado no braço e uma indígena queimada no pescoço. O Cimi alerta que tais episódios de violência já haviam sido anunciados por não indígenas há mais de um mês, como descrito no manifesto “S.O.S Aldeia Yvy Okaju Corre Risco de Extermínio”, lançado pelos Avá-Guarani em novembro. O documento denunciava ameaças e indicava futuros ataques, reforçando a tensão na região.

Apesar da autorização do MJSP para o emprego da Força Nacional de Segurança Pública na região, as instituições indigenistas consideram a atuação dos militares insuficiente para proteger os indígenas. O secretário executivo do Cimi, Luis Ventura, destacou que os ataques continuam e a vida dos indígenas está em risco.

A Apib não se limitou apenas a apelar ao MJSP e ao Judiciário, mas também acionou juridicamente diversas instâncias, como a 6ª Câmara do Ministério Público Federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Tribunal de Justiça do Paraná, o Ministério dos Povos Indígenas, entre outros, para garantir que medidas sejam tomadas para conter os ataques e proteger os indígenas Avá-Guarani.

O histórico de conflitos na região remonta à época da construção da Hidrelétrica Itaipu Binacional, que expulsou os Avá Guarani de suas terras ancestrais. A luta pela retomada dessas terras tem gerado violência e insegurança para os indígenas, que buscam preservar suas tradições e modos de vida. O governo federal criou uma Sala de Situação para Acompanhamento de Conflitos Fundiários Indígenas, visando encontrar estratégias para enfrentar as dificuldades e garantir a segurança e continuidade das tradições indígenas.

Até o momento, os ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública não responderam aos questionamentos feitos pela reportagem. A situação dos indígenas Avá-Guarani na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá permanece delicada e exige ação imediata para proteger essas comunidades vulneráveis.

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