Durante o período de 2015 a 2019, foram coletados um total de 2600 animais em 46 municípios da Região Metropolitana e Centro Fluminense, dos quais 230 apresentaram infecção pelo verme, totalizando 9% de incidência. A chefe do laboratório, Silvana Thiengo, destacou a importância desses resultados para a vigilância epidemiológica, uma vez que a distribuição dos hospedeiros infectados pode auxiliar na detecção precoce de casos da doença nos serviços de saúde locais.
Entre as espécies de moluscos identificadas, a Achatina fulica, conhecida como caramujo gigante africano, foi a mais frequente e com maior número de espécimes infectados. Segundo Silvana, essa espécie está diretamente associada aos casos de meningite, pois sua alta capacidade reprodutiva contribui para a dispersão do parasita no ambiente, aumentando o risco de infecção humana em áreas urbanas densamente povoadas.
Além disso, os pesquisadores também encontraram uma infecção inédita ao coletar caracóis da espécie L. unilamellata com o verme, ampliando o conhecimento sobre a distribuição e o potencial de transmissão da doença. A meningite eosinofílica causada pelo Angiostrongylus cantonensis pode gerar sintomas como dor de cabeça, rigidez na nuca, febre, distúrbios visuais e náuseas, podendo evoluir para complicações graves e até mesmo levar à morte em casos mais graves.
Diante desse cenário, as medidas preventivas recomendadas pelos pesquisadores incluem a higienização adequada de alimentos, evitando o consumo de moluscos crus ou malcozidos, o uso de luvas ao lidar com caramujos, caracóis ou lesmas, e o controle da proliferação desses animais através da limpeza urbana e educação em saúde. As prefeituras são chamadas a intensificar a coleta e análise dos moluscos, bem como a promover ações educativas para conscientizar a população sobre os riscos da infecção e formas de prevenção.