BRASIL – Ministério da Igualdade Racial lança Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana no Rio de Janeiro.

Nesta quarta-feira (15), o Ministério da Igualdade Racial (MIR) promoveu um evento no terreiro de Candomblé Ilê Axé Omiojuarô, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, para apresentar a Política Nacional para Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana. Lideranças religiosas da região participaram da iniciativa articulada pela organização não governamental (ONG) Criola, em parceria com o MIR e os terreiros Ilê Axé Omiojuarô e Ilê Axé Omi Ogun siwajú.

O encontro destacou a importância do Decreto 12.278/24, que visa promover ações intersetoriais para garantir os direitos dos povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana, reconhecendo, respeitando e valorizando sua cultura e memória, além de combater o racismo. A ministra Anielle Franco ressaltou que essa política representa um avanço na luta contra a violência e o racismo religioso.

Com 93 ações que envolvem 11 ministérios, o plano prevê a capacitação de agentes da segurança pública para lidar com casos de racismo religioso. No entanto, a coordenadora-geral da Criola, Lúcia Xavier, destaca a necessidade de disponibilidade de recursos financeiros para a efetivação das políticas públicas. Ela salienta que o MIR possui um orçamento limitado em comparação a outros ministérios, mas solicita atenção especial à questão orçamentária.

O Babalorixá Gustavo de Oxóssi, do Ilê Axé Omi Ogun siwajú, expressa que a política nacional está alinhada com as recomendações do Comitê pela Eliminação da Discriminação Racial da ONU, que enfatizou a discriminação racial baseada em religiões de matrizes africanas como um dos principais motivadores de violência contra afrodescendentes no Brasil.

Além da apresentação da política, o MIR também lançou o edital Prêmio Erê Dendê: a Sabedoria dos Terreiros, que premiará obras da literatura infanto-juvenil que enalteçam a cultura de terreiro. Em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), a premiação contemplará nove autores escolhidos por um júri oficial e um autor selecionado pelo júri popular, cada um recebendo o prêmio de R$ 20 mil. Este evento foi um marco importante na luta pela igualdade racial e pelo reconhecimento das tradições afro-brasileiras.

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