Essa discrepância no saldo de 78 milhões de postos de trabalho, que são mais bem remunerados, menos exaustivos e oferecem maior proteção social, estará diretamente ligada aos países que investirem em qualificação contínua da força de trabalho e na geração de riqueza em suas economias. Aqueles que conseguirem proporcionar melhores oportunidades terão mais chances de atrair empregos de alta qualidade, como os voltados para a tecnologia da informação, em contraposição a atividades mais simples, como a de motorista de serviços de entrega.
No entanto, para que países como o Brasil consigam usufruir dessa “revolução da requalificação”, será necessário enfrentar desafios históricos, como a alta desigualdade socioeconômica presente na sociedade. A consultora Thais Requito destaca a importância de políticas públicas que favoreçam o acesso à educação para as camadas menos favorecidas, a fim de garantir uma transição mais justa para o futuro do trabalho.
É fundamental também considerar as mudanças demográficas e geopolíticas em curso, que impactarão diretamente a vida profissional das pessoas. Com o envelhecimento da população, haverá uma maior demanda por profissionais cuidadores, enquanto tensões geopolíticas podem gerar impactos negativos no mercado de trabalho.
Apesar da crescente automação e substituição de pessoas por máquinas em diversas áreas, habilidades humanas como autoconsciência, capacidade de autorregulação, empatia, pensamento crítico e curiosidade continuarão sendo valorizadas e necessárias em qualquer carreira. O futuro do emprego é desafiador, mas também traz oportunidades para aqueles que estiverem dispostos a se adaptar e se capacitar constantemente.
O relatório do Fórum Econômico Mundial, que embasa essas previsões sobre o futuro do trabalho, está disponível na internet para consulta. É fundamental que governos, empresas e profissionais estejam atentos a essas mudanças e se preparem para os desafios e oportunidades que estão por vir.