O principal obstáculo para a vacina Butantan-DV atingir a escala necessária de produção para atender a demanda de centenas de milhões de doses é a questão central. “O Butantan está trabalhando ativamente na produção, mas não há uma perspectiva concreta para a realização de uma vacinação em massa ainda em 2025. Esse ponto é crucial de ser destacado, independente da aprovação da Anvisa, pois a expansão da produção é fundamental”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
De acordo com as previsões do próprio Instituto Butantan, divulgadas em dezembro, a expectativa é de disponibilizar um milhão de doses ao longo deste ano e alcançar a entrega de um total de 100 milhões de doses até 2027.
A distribuição das doses só será possível após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que no momento está em processo de análise dos documentos referentes aos imunizantes. Posteriormente, a vacina deverá ser submetida à avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para sua inclusão no programa de imunização.
A vacina Butantan-DV se destaca por ser de dose única, e conforme destacado pela ministra, estudos clínicos apontam para uma eficácia excelente. Enquanto a vacina não está disponível na escala desejada, é fundamental reforçar a importância de seguir as orientações do Ministério da Saúde para prevenir a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
Além disso, em uma reunião realizada em Brasília nesta quarta-feira, a ministra Nísia Trindade se encontrou com representantes de conselhos, da sociedade civil, instituições de saúde, associações e especialistas para discutir estratégias de controle da dengue e outras arboviroses. Também foi anunciado que na próxima semana, antes do retorno das aulas nas escolas públicas, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação irão retomar o programa Saúde na Escola, presente em grande parte dos municípios brasileiros, visando tornar as escolas ambientes livres da dengue.
Dentre as medidas a serem implementadas, está prevista ações de informação e mobilização das comunidades nas proximidades das escolas, bem como a aplicação de inseticida com efeito prolongado contra o Aedes aegypti nos edifícios escolares. Medidas essas essenciais para prevenir a propagação da doença e garantir um ambiente saudável para os alunos e toda a comunidade escolar.