O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou uma série de eventos em Belo Horizonte, programados para os dias 24 e 25 de setembro, com o intuito de denunciar a situação alarmante que persiste na região. Segundo a entidade, até o momento, nenhuma pessoa foi responsabilizada criminalmente pela tragédia, nem pelo rompimento da barragem, nem pelas mortes decorrentes do evento catastrófico. Além disso, os programas de reparação implementados reconheceram apenas 10% das vítimas do desastre, enquanto a Vale cumpriu apenas 1% do total de dragagem de rejeitos estabelecida em acordo.
Os danos causados pela ruptura da barragem continuam a afetar profundamente a vida das pessoas afetadas. Muitas famílias ainda não conseguiram restabelecer suas fontes de renda, especialmente aquelas que dependiam do rio, agora contaminado, como é o caso dos pescadores. A incerteza quanto à qualidade da terra e água persiste, e os custos com despesas médicas relacionadas à saúde afetada pelas substâncias tóxicas também são uma realidade para muitos.
A comunidade denuncia a falta de controle e participação popular no processo de reparação ambiental, com a mineradora Vale gerenciando as ações de reparo. O MAB destaca a importância da continuidade do auxílio emergencial previsto pela Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens até que as condições de vida das famílias sejam restabelecidas. O movimento também ressalta a necessidade de uma assessoria técnica independente para orientar os atingidos sobre os danos e as formas adequadas de reparação.
As atividades planejadas para marcar os seis anos da tragédia incluem assembleias, debates, reuniões com instituições de justiça e uma marcha pela capital mineira. A Vale, até o momento, não se pronunciou sobre o assunto. A luta por justiça e reparação continua a ser uma batalha árdua para as comunidades impactadas pelo desastre de Brumadinho.