No período de um mês, de 1º de janeiro a 1º de fevereiro, foram registrados mais de 1.222 casos de SRAG causados pela covid-19. Mais de 51% das ocorrências com diagnóstico confirmado para algum vírus foram motivadas pelo coronavírus. O segundo lugar em casos positivos foi o rinovírus, responsável por 19,6% dos casos, mas principalmente afetando crianças e adolescentes de até 14 anos. Por outro lado, a covid-19 mostrou-se mais frequente em idosos.
Nesse mesmo período, foram contabilizadas 710 mortes decorrentes da SRAG no Brasil, sendo que pelo menos 292 foram causadas pela covid-19, representando quase 80% das mortes com resultado positivo para algum vírus. A incidência de casos associados ao coronavírus foi maior em crianças e idosos, no entanto, a taxa de mortalidade entre os pacientes com mais de 65 anos foi mais elevada.
Os dados apontam que, nacionalmente, as tendências de curto e longo prazo são de queda para os casos de SRAG, independentemente da causa. No entanto, nove estados apresentam uma tendência de crescimento no longo prazo, incluindo Alagoas, Amazonas, Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. A síndrome se manifesta quando há agravamento dos sintomas gripais, com comprometimento da função pulmonar, levando à hospitalização.
A pesquisadora Tatiana Portella ressalta que, apesar do crescimento de casos entre crianças e adolescentes no Amazonas, Pará e Goiás, ainda não é possível determinar a causa devido ao baixo número de resultados laboratoriais. Ela destaca a importância do isolamento em casa para pessoas com sintomas gripais, a utilização de máscaras ao sair de casa e a busca por atendimento médico caso os sintomas se agravem. A vacinação contra a covid-19 também é fundamental, com esquemas de doses variados dependendo da faixa etária e condições de saúde. As recomendações visam conter a propagação do vírus e proteger a população vulnerável.