Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, onde há suspeitas de envolvimento de advogados nas fraudes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional de Goiás afirmou estar acompanhando as diligências.
De acordo com a PF, os criminosos realizavam alterações nos dados sobre o cumprimento de penas e inseriam documentos falsos nos sistemas. Pelo menos 15 processos foram identificados com fraudes, sendo que este número pode aumentar à medida que a investigação avança. As alterações fraudulentas tinham o intuito de adiantar as datas para a progressão de regime dos apenados, permitindo que eles passassem do regime fechado para o semiaberto de forma fraudulenta, evadindo-se da justiça ao romperem a tornozeleira eletrônica.
Entre os beneficiados estavam condenados a mais de 60 anos de prisão, além de integrantes de facções criminosas. Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são alvo de invasões para a inserção de informações fraudulentas.
Em janeiro de 2023, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado de forma irregular para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos. Na ocasião, até mesmo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve uma falsa ordem de prisão inserida no sistema, contra si mesmo. Após investigações da Polícia Federal e parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli se tornou ré no caso, sendo acusada de envolvimento na ação criminosa. A parlamentar nega as acusações.
A operação Data Change representa mais um esforço das autoridades em combater a criminalidade e garantir a segurança da sociedade. A investigação segue em curso para identificar todos os envolvidos e lutar contra a prática de fraudes nos sistemas de execução penal e mandados de prisão.