BRASIL – Desigualdade racial no mercado de trabalho: pretos e pardos enfrentam mais desemprego e informalidade, revela pesquisa do IBGE.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (14), as pessoas pretas e pardas enfrentam mais desemprego em comparação com as brancas no Brasil. Além disso, esses grupos recebem salários menores e tendem a trabalhar mais na informalidade.

No quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre a população branca foi de 4,9%, abaixo da média nacional de 6,2%. Por outro lado, pretos e pardos registraram taxas de desemprego acima da média nacional, com 7,5% e 7%, respectivamente. Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, essa desigualdade é algo estrutural no mercado de trabalho brasileiro e não se restringe apenas a um trimestre específico.

A análise do mercado de trabalho considera diferentes formas de ocupação, como empregos com ou sem carteira assinada, trabalhos temporários e por conta própria, abrangendo pessoas a partir de 14 anos de idade. A coleta de dados é realizada em 211 mil domicílios em todo o país.

A disparidade por cor também é evidente ao se observar a taxa de informalidade, que mede a proporção de trabalhadores sem benefícios como férias, Previdência Social e 13º salário. No quarto trimestre de 2024, a taxa de informalidade foi de 38,6% no país, enquanto entre os pretos foi de 41,9% e entre os pardos, de 43,5%, ficando acima da média nacional. Já entre os brancos, a taxa foi de 32,6%.

Quando se trata de rendimentos mensais, os trabalhadores brancos apresentam um valor médio de R$ 4.153, acima da média nacional de R$ 3.215. Por outro lado, pretos e pardos recebem valores inferiores, com R$ 2.403 e R$ 2.485, respectivamente.

Além das disparidades por cor, a pesquisa do IBGE também revela desigualdades de gênero no mercado de trabalho. No último trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre os homens foi de 5,1%, enquanto entre as mulheres foi de 7,6%. No que diz respeito aos rendimentos, os homens encerraram o período com uma média mensal de R$ 3.540, enquanto as mulheres receberam em média R$ 2.783.

Diante desses dados, fica evidente a persistência de desigualdades estruturais no mercado de trabalho brasileiro, que impactam de forma significativa a população preta e parda, assim como as mulheres. Medidas eficazes precisam ser adotadas para combater essas disparidades e promover um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todos os brasileiros.

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