BRASIL – Estudo da Fiocruz aponta aumento da mortalidade no Rio de Janeiro devido às altas temperaturas, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.

Um estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) apontou uma relação direta entre as altas temperaturas no Rio de Janeiro e o aumento da taxa de mortalidade na capital fluminense. De acordo com a pesquisa, o calor extremo representa um maior risco para grupos específicos, como idosos e pessoas que sofrem de condições de saúde como diabetes, hipertensão, Alzheimer, insuficiência renal e infecções do trato urinário.

Os dados analisados foram separados de acordo com os Níveis de Calor (NC) estabelecidos pelo protocolo da Prefeitura do Rio de Janeiro, que variam de 1 a 5 e indicam os riscos e ações necessárias em cada nível. O estudo apontou que o Nível de Calor 4, caracterizado por temperaturas acima de 40°C durante 4 horas ou mais, está associado a um aumento de 50% na mortalidade por doenças como hipertensão, diabetes e insuficiência renal em idosos.

Para o autor do estudo, João Henrique de Araujo Morais, em situações de Nível 5, com um Índice de Calor igual ou superior a 44°C por 2 horas, o aumento na mortalidade é observado e tende a se agravar com o passar das horas. Diante desses resultados, o estudo destaca a urgência de ações para lidar com as consequências da emergência climática e a necessidade de os municípios adotarem planos de adaptação ao calor.

Além disso, a pesquisa desenvolveu uma métrica inovadora para medir a exposição ao calor e os riscos associados à Área de Exposição ao Calor (AEC). Esta métrica considera o tempo de exposição ao calor, o que não é levado em conta por medidas tradicionais como a temperatura média ou a sensação térmica média. Segundo o estudo, o tempo de exposição ao calor intenso está diretamente relacionado com o aumento da mortalidade, especialmente entre pessoas vulneráveis como os idosos.

Esses dados reforçam a importância de estratégias de adaptação ao calor, como a disponibilização de pontos de hidratação e resfriamento, a adaptação de atividades de trabalho, a comunicação constante com a população e a suspensão de atividades de risco em níveis mais críticos. A pesquisa enfatiza a necessidade de que outras cidades adotem medidas similares para proteger a saúde da população, especialmente os grupos mais vulneráveis, diante do aumento das temperaturas e dos riscos associados a elas.

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