Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres no Brasil, destacou que até mesmo os países considerados mais avançados em termos de igualdade de gênero não conseguiram atingir esse objetivo. A falta de investimento adequado é apontada como um dos principais obstáculos para o avanço nessa questão, segundo Ana Carolina.
No Brasil, foi lançado o relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres, elaborado pelo Tribunal de Contas da União. O documento apresenta um panorama das iniciativas, programas e políticas públicas implementadas nos últimos 30 anos para garantir os direitos das mulheres no país.
Uma das principais conclusões do relatório é que, apesar de existir um amplo arcabouço legal voltado para as mulheres no Brasil, ainda há desafios na implementação dessas normativas. A continuidade das políticas públicas, o monitoramento de sua execução e a produção de dados sobre as desigualdades de gênero são apontados como pontos-chave a serem aprimorados.
Além disso, a questão do orçamento destinado para as ações voltadas para as mulheres é destacada como fundamental para o avanço nessa área. A criação do Ministério das Mulheres em 2023 foi apontada como um avanço positivo, permitindo uma atuação mais direcionada e integrada em diversas áreas chave.
Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, a assessora especial do Ministério das Mulheres, Isís Taboas, ressaltou a importância de não retroceder nos direitos já conquistados e de avançar de forma rápida na promoção da igualdade de gênero. A luta pela equidade entre homens e mulheres é um desafio que demanda um compromisso contínuo e uma abordagem transversal em diversas áreas da sociedade.
Nesse contexto, rankings internacionais apontam que o Brasil ainda tem muito a melhorar em termos de igualdade de gênero. A diferença salarial entre homens e mulheres, a participação econômica e política feminina e outras dimensões sociais mostram que o caminho rumo à plena igualdade ainda é longo.
Portanto, é fundamental que o tema da igualdade de gênero seja tratado como uma política de estado, com investimentos consistentes e medidas eficazes que possam garantir avanços significativos na promoção dos direitos das mulheres em todas as esferas da sociedade.