Eleição na Nigéria deixou 39 mortos e 128 presos, diz grupo

Episódios de violência ocorridos após a eleição presidencial da Nigéria, realizada no último sábado (23), já resultaram em 39 mortes e 128 prisões. Os números foram divulgados pelo grupo Situation Room, que reúne mais de 70 organizações da sociedade civil nigerianas.

A polícia ainda não divulgou um balanço de mortes e seu vice-inspetor geral, Abdulmajid Ali, afirmou que a instituição ainda está investigando os incidentes e que os episódios mais graves ocorreram nos estados sulistas de Rivers e Akwa Ibom.

Por causa da violência e de problemas nas urnas, a votação de sábado foi estendida para domingo. Há possibilidade de que os episódios se repitam no decorrer da semana.

As eleições presidenciais nigerianas têm histórico de confrontos. O número de mortos nessa eleição foi menor do que em disputas anteriores. Os incidentes de violência, contudo, costumam ocorrer depois do anúncio do resultado, o que deve ocorrer entre esta segunda (25) e terça-feira (26).

A data original para sua realização era 16 de janeiro, mas houve adiamento por motivos logísticos, anunciado poucas horas antes da votação. Segundo observadores norte-americanos, o adiamento diminui a confiança no pleito e, provavelmente, reduziu o comparecimento às urnas.

Entre as ocorrências, destacam-se ataques de insurgentes islâmicos no nordeste do país e a violência comum, tanto nas cidades como no campo, nas outras regiões do país.

O pleito é disputado pelo presidente Muhammadu Buhari, 76, que apresenta uma plataforma anticorrupção, e o ex-vice-presidente Atiku Abubakar, 72, que promete a expansão do setor privado nigeriano. Segundo a Comissão Eleitoral Independente, Buhari está à frente e venceu em 3 dos 36 estados nigerianos. Abubakar foi o vencedor em Abuja, capital do país.

A eleição é uma das mais disputadas desde 1999, quando acabou o regime militar nigeriano.

Hailemariam Desalegn, líder da missão de observadores da União Africana e ex-premiê da Etiópia, minimizou os problemas. Esse também foi o tom da declaração dada pelo presidente da missão de observadores dos EUA, Derek Mitchell, que afirmou que os episódios de violência do dia da eleição não foram dominantes. (Folhapress)

Botão Voltar ao topo