Mais um descaso com a segurança pública em Maceió. O cabo Johnerson Simões Marcelino, acusado de assassinar dois irmãos deficientes em uma abordagem em 2016 e uma terceira pessoa, foi promovido a sargento pelo Comando da Polícia Militar de Alagoas. A promoção do sargento foi publicada no Boletim Geral da Polícia Militar desta terça-feira (7).
Mesmo preso preventivamente, o cabo passou a ser sargento por atender aos requisitos da Lei Estadual Nº 6.514/2004, que trata das promoções de oficiais. Isto porque uma reunião extraordinária foi realizada no dia 30 de abril para definir, em comissão, se o cabo preso passaria a ser sargento. Mesmo assim, ele foi.
Segundo a lei, foi promovido por invalidez permanente. A promoção só é dada em situações especiais como está, bravura e tempo de serviço.
O julgamento pela morte dos irmãos e de uma terceira pessoa ainda está indefinido.
O crime
O crime ocorreu no dia 25 de março de 2016, no Conjunto Village Campestre II, no bairro Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Os policiais Johnerson Simões Marcelino, Luís Fernando Alves da Silva e Ronald Allyson Dantas Lobo foram chamados para atender uma ocorrência. Ao fazer as diligências e encontraram os irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira Aleixo e os policiais começaram a fazer uma revista.
Foi solicitado que os irmãos colocassem as mãos para cima e ficassem virados para a parede. De acordo com testemunhas oculares, mesmo os irmãos obedecendo as determinações, os policiais começaram a agir de forma agressiva.
Com isso, o irmão mais velho, Josenildo, tentou defender o irmão mais novo que estava sendo agredido. Neste momento, o policial Johnerson Simões sacou a arma e, intencionalmente, atirou contra os dois. Uma terceira pessoa, identificada como Reinaldo da Silva Ferreira, foi atingida pelos disparos e também morreu.
Os policiais militares que estavam próximos também se feriram de raspão e uma terceira pessoa que tentava fugir chegou a ser baleada, mas sobreviveu. Outra guarnição da Polícia Militar chegou a ser acionada. Compareceram ao local dois policiais, sendo um deles, o policial Jailson Stallaiken Costa Lima, que teria fraudado a cena do crime, colocando o armamento com as vítimas.
