A presente situação do porto de Maceió, do ponto de vista dos trabalhadores, desperta temores e incertezas que merecem especial reflexão, sobretudo nesta emblemática data de 28 de janeiro de 2021, quando se comemora o Dia do Portuário.
A dura realidade é que os 80 anos de história do porto de Maceió não se mostraram suficientes, pelo menos até agora, para dotá-lo de dispositivos legais de proteção capazes de blindá-lo da ação predatória de grupos políticos, civis e militares, interessados tão somente em desfrutar de bons cargos públicos em empresas estatais.
Não por acaso, o aspecto geral do porto de Maceió, no momento, é de terra arrasada, para tristeza dos cerca de 50 empregados públicos que ora integram o quadro de pessoal efetivo da entidade. Os mesmos que, muitas das vezes, se veem obrigados a aceitar estranhas ideias e teorias superiores, calcadas, geralmente, em impulsos e improvisos travestidos de filosofias de gestão empresarial.
E hoje, sob o olhar complacente dos poderes constituídos e autoridades competentes, os trabalhadores do porto de Maceió assistem, com certa perplexidade, à implantação unilateral de um pretenso modelo organizacional que visa a instituir inusitada dependência das atividades e negócios portuários de exclusivo interesse do estado de Alagoas de uma dita matriz sediada em Natal/RN, a quase 600 quilômetros da capital alagoana. Um despautério inominável.
As presumíveis consequências dessa cega submissão, bem ao estilo ‘capitanias hereditárias’, tanto no que tange à economia de Alagoas quanto no que se refere à categoria portuária local, dispensam comentários. E, por essas e outras, os trabalhadores do porto de Maceió, especialmente neste Dia do Portuário, só têm a lamentar que nada haja a ser comemorado.
Mar de Almirante
Enquanto a bancada federal de Alagoas não desperta, um certo alguém de fora dribla a todos e, sempre longe dos holofotes da mídia, segue ileso, navegando em mar de almirante e demonstrando um apego ao posto digno dos mais ilustres políticos deste estado. Em jogo, R$ 35 mil mensais!
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